Imagem de Lexi Tognela por Pixabay

Inomináveis Saudações a todos vós, Seres Do Mundo!

O Ser Humano Pensante é o Ser Humano Filosófico, aquele que não se preocupa com os efeitos de uma pedra ao atingir um crânio e, sim, com o porquê da pedra ter sido lançada contra um crânio. É da rotina comum humana, dos seres menores que pensam pelos pensamentos de outros que nada em verdade entendem, discorrer sobre as consequências de um fenômeno e desprezar as causas realizadoras daquelas no mesmo. O Ser Humano Não-Pensante é o Ser Humano Não-Filosófico, aquele que não procura compreender o nascimento das raízes primeiras de todos os problemas e afirma estar correto em todos os seus julgamentos sem ao menos estudar os parâmetros dos objetos postos ao seu raciocínio. Todos(as) na Humanidade possuem em si a Filosofia, consciente e inconscientemente; do analfabeto ao mais letrado, há nos Seres Humanos uma chama filosófica que automanifesta-se em raros momentos reais de lucidez existencial. Há dois Homens e apenas um Homem; há duas Mulheres e apenas uma Mulher; o Homem Pensante que é Filósofo antes de ser Homem; a Mulher Pensante que é Filósofa antes de ser Mulher; o Homem Não-Pensante que é Homem antes de ser Filósofo; e a Mulher Não-Pensante que é Mulher antes de ser Filósofa. Os dois Homens em um Homem e as duas Mulheres em uma Mulher devem conviver harmoniosamente no Filósofo e na Filósofa.

Um(a) estudioso(a) da vida humana não pode dela falar como se estivesse acima, como se fosse um Ente Absoluto distante. E o(a) mesmo(a) estudioso(a), também, não pode falar da Filosofia sem contemplar em si os vícios e as virtudes do Gênero Humano, bem próximos, cronicamente presentes em seu espírito. O Homem Filosófico e a Mulher Filosófica devem saber-se conscientes do Homem Não-Filosófico e da Mulher Não-Filosófica, respectivamente, que determinadamente adormecem eternos em suas mais belas dissertações, defesas de teses e horas de estudos. O Homem Filosófico/Não-Filosófico e A Mulher Filosófica/Não-Filosófica é o Deus Fantasmagórico das religiões encontrando o Diabo Real que o(a) tenta na busca das verdades maiores transcendentais. O Homem Filosófico/Não-Filosófico  e A Mulher Filosófica/Não-Filosófica é a divina humildade da oratória de Jesus Cristo encontrando a vontade de poder de Friedrich Wilhelm Nietzsche na busca do caminho realizador do Homem Perfeito. O Homem Filosófico/Não-Filosófico  e A Mulher Filosófica/Não-Filosófica é a Filosofia Humana Mais Humana encontrando a Não-Filosofia Humana que é animalescamente irracional na busca de um equilíbrio entre a Razão Filosófica e a Razão Não-Filosófica. As Duas Razões Do Homem e As Duas Razões Da Mulher são monumentos de uma civilização avançada que O Filósofo e A Filósofa devem explorar criticamente.

“(…) Nosso conhecimento surge de duas fontes principais da mente, cuja primeira é a de receber as representações (a receptividade das impressões) e a segunda a faculdade de conhecer um objeto por estas representações (espontaneidade dos conceitos); pela primeira um objeto nos é dado, pela segunda é pensada em relação com essa representação (como simples determinação da mente). Intuição e conceitos constituem, pois, os elementos de todo o nosso conhecimento, de tal modo que nem conceitos sem uma intuição de certa maneira correspondentes a eles nem intuição sem conceitos podem fornecer um conhecimento. (…)”

Tomando agora uma liberdade interpretativa do trecho acima da Crítica Da Razão Pura, de Immanuel Kant, considero categoricamente a intuição como o primeiro princípio lógico do Homem Não-Filosófico e da Mulher Não-Filosófica e os conceitos como todos os princípios lógicos do Homem Filosófico e da Mulher Filosófica. Como O Homem e A Mulher não podem viver separados em sua existencialidade dessas duas realidades consideráveis, intuição e conceitos são as bases do início racional de uma profunda ligação entre as duas Razões objetiva e subjetivamente antagônicas.

Quando Kant explora as possibilidades da Razão Pura, conclui que esta necessita da Razão Prática para moralmente fundamentar o seu objetivo nas ações das quais participa. A liberdade da Razão Prática, considerando as coisas em si mesmas racionalmente, sobrepõe-se ao transcendentalismo metafísico da Razão Pura, que apenas divaga especulativamente sobre a exterioridade dos fenômenos. Kant interagiu com as duas Razões, indicando mais além do que a Razão Pura necessita do complemento da Razão Prática para inteligivelmente desenvolver-se em um plano de estudos metafísicos. A priori e empiricamente, domando a vontade pura na vontade prática, imperativamente categórico na análise intuitiva e conceitual, livre de uma moral básica, vou ainda mais além do que Kant e afirmo que a praticidade apriorística denomina a praticidade empírica. Digo que amoralmente o Homem é mais livre, é Razão Pura/Prática no Homem Filosófico/Não-Filosófico e na Mulher Filosófica/Não-Filosófica, até acima do imperativo categórico, da vontade das categorias. No papel destituído de quantidade, qualidade, relação e modalidade, apenas verdadeiramente unido em si mesmo na sua riqueza dualística, O Homem e A Mulher podem conceber verdadeiros estudos sobre seu existir e sobre o Deus que tanto quer ter a certeza (ou não, em alguns casos) de que existe. Kant não induziu-se a crer em uma tão elevada capacidade ultra-humana, a qual denomino O Inominável Sentido.

Os Filósofos/Não-Filósofos e as Filósofas/Não Filósofas devem descobrir novas sendas filosóficas em sendas antigas que já estão empoeiradas. Os Filósofos/Não-Filósofos e as Filósofas/Não Filósofas não devem concordar ou discordar mecanicamente do que Kant, Nietzsche, Rousseau, Hegel, Spinoza, Sartre, Voltaire, Montesquieu, Platão, Aristóteles, Sócrates e todos os grandes contribuintes do elevado alcance do Pensamento Humano eternizaram. Em um mundo ainda desconhecido em suas verdadeiras potencialidades, concordar, discordar e interpretar cegamente os registros eternos do saber humano é ser um indivíduo estéril em toda sua objetividade e subjetividade. Interpretar sem discordar ou concordar, analisando os aspectos imanentes nos sentidos obscuros das frases, com total atenção aos construtivismos subjetivos nas arquiteturas objetivas é filosofar não-filosofando através de um estado hipnótico inspirativo no qual tudo em redor desaparece. No silêncio dessas horas de despreocupada intuição conceitual (união do Homem Filosófico/Não-Filosófico e da  e A Mulher Filosófica/Não-Filosófica com o Inominável Sentido), a Verdadeira Filosofia incorpora-se à abnegação do(a) estudioso(a). E então, das palavras eternas vivas do Pensamento Humano, novos caminhos superiores aos antigos nascem como o passar dos milionésimos de segundos nas horas.

O Inominável Sentido pode ser alcançado pelo santo e pelo assassino presentes no espírito humano; pelo sublime e decadente marcados nas faces humanas; pelo horrendo e maravilhoso vasculhado nos olhos humanos; pelo lascivo e purificador exprimidos pelas mãos humanas; pelo desencontro e encontro assumidos pelos pés humanos; pelo pecaminoso e sábio estáticos nos lábios humanos; pelo humano e desumano infinitos nos Seres Humanos. Todos filosofam não-filosoficamente; poucos possuem a direção puramente prática de registrarem através da pena os seus êxtases filosóficos não-filosóficos; e a maioria utiliza-se dos sentidos inferiores para locomover-se sendo sujeitos e objetos do afastamento do conhecimento filosófico não-filosófico. Ah, Humanidade, quantos Aristóteles perdidos! Ah, Humanidade, quantos Kants perdidos! Ah, Humanidade, quantos, quantos, quantos, quantos homens e mulheres que poderiam ser menos imperfeitos envenenando-se na bruta imperfeição que não abandonam!

Para a maioria bastam as palavras dos Ídolos Pop vazios, padres vazios, pastores vazios, políticos vazios, professores vazios e o vazio em si mesmos. A maioria da Humanidade é Não-Filosófica, é intuição falida, apodrecida, agonizante nos túmulos da vadia imbecil prostituta que se conhece com o nome de Civilização Contemporânea. Civilização Não-Filosófica, imerecedora do Pensamento Humano em todas as suas virtudes, campo no qual cresce poderosamente a Desgraça Contemporânea. Desgraça Não-Filosófica, a Cultura de hoje é uma pseudocultura, Dante Alighieri está existindo em um nada do limbo humano e qualquer Ídolo Pop é um todo dos todos do paraíso pseudocultural humano. Mas, graças ao Inominável Sentido dos Filósofos/Não-Filósofos, sabendo ver a Desgraça Contemporânea como uma obra-prima da Decadência Mundial, vivenciado na prática por todos os seus raros adeptos, O Homem Perfeito e A Mulher Perfeita  ainda tem esperanças de realizar-se definidos em um perfeito nascimento. Os tentáculos da Desgraça Contemporânea não tocam nos Verdadeiros Filósofos e nas Verdadeiras Filósofa, o Princípio Infinito Animador do Verdadeiro Pensar, o Inominável Sentido, neles e nelas são escudos contra aqueles.

Ah, Humanidade Desgraçada Contemporânea, muito tu perdes abandonando os nascimentos das auroras que te redimiriam do auto-holocausto diário! Ah, Homem Filosófico/Não-Filosófico,  e A Mulher Filosófica/Não-Filosófica, um pouco da visão dos seus olhos abertos dai ao Homem Desgraçado Contemporâneo! Todo Homem e toda Mulher tem que ser um Filósofo Não-Filosófico como Homem e una Filósofa Não-Filosófica, não decadentes desgraçados e desgraçadas que assassinam a Filosofia nativa de suas Almas naquelas chamas ocultas raramente percebidas. Ah, Homem Filosófico/Não-Filosófico, Mulher Filosófica/Não-Filosófica, é bastante impossível mudar o pensamento mundial com chamas quase apagadas! A Desgraça Contemporânea já é uma Humana Filosofia De Decadência, a pedra filosofal desconhecedora da Verdadeira Filosofia. As esperanças são fantasiosas utopias, O Homem Perfeito e A Mulher Perfeita morrem na Desgraça Da Humanidade Imperfeita. Os Verdadeiros Filósofos/Não-Filosófos e As Verdadeiras Filósofas/Não-Filosófas devem continuar, contudo, na busca daqueles, os quais eles quase alcançam.

O Pensar não é uma Desgraça.

Saudações Inomináveis a todos vós, Seres Do Mundo!

Imagem de Lexi Tognela por Pixabay


Deixe um comentário